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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Notícias chatas

Descobrimos hoje que a minha baby peluda está com cancro. Ao início recebi a notícia com alguma leviandade, porque ela já não andava bem há algum tempo (já não comia nada de jeito há muito tempo e já estava magra como uma cadela que trocadilho irónico) e eu já me tinha mentalizado, de certa maneira, que já não duraria muito mais tempo. Mas, agora, ao pensar nisso, é complicado gerir tudo. Ela está comigo desde os meus oito anos, ou seja, crescemos juntas. Contei-lhe muitos segredos, apesar de saber que não obtinha nenhuma resposta falada (mas ela respondia-me à maneira dela), desabafei muito com ela, dei-lhe muitos abracinhos e de há alguns anos para cá já lhe conseguia dar beijinhos, chorei muito com ela. Sei lá, cresci com ela. E não me lembro, sinceramente, como era a minha vida antes dela vir cá para casa. Era a coisa mais fofinha deste Mundo. Ainda é, mas com mais nove anos de vida em cima, duas ou três anestesias gerais, não sei quantas anestesias locais, dois otohematomas, uma torção de estomâgo (aquilo de que o Marley morreu), uma ou duas piodermites e sei lá eu mais o quê. É uma valente esta menina! E agora é até tomarmos a decisão por ela, se ela não a tomar antes por ela própria. E não me venham cá com merdas (e desculpem a linguagem) que o cão não é o melhor amigo do homem... E ainda há gente a tratá-los tão mal.

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