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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Meus dois meninos

Nunca tinha falado convosco. Aquilo que pensava de vocês não eram maravilhas e, mesmo já sendo da mesma turma há dois anos, tínhamos trocado poucas conversas. Coisas de circunstância. O tempo foi passando. As oportunidades de conversa foram surgindo. Fomos falando e deixamos de ser só colegas. Falávamos (não só porque a circunstância pedia), fazíamos um ou outro trabalho juntos e não passando muito daí, já não éramos apenas colegas.
Mas aquela saída mudou tudo. O destino assim quis que aquelas pessoas não fossem. Acredito mesmo que foi algo que assim estava escrito. Aí passamos a ser amigos. O tempo foi passando, o "grupinho" foi mudando e as coisas deixaram de ser o que eram. Passamos a conviver muito mais uns com os outros e fazíamos muita coisa juntos. Já tínhamos deixado de ser colegas, já tínhamos passado a ser amigos e, durante estas férias, passamos a ser melhores amigos. Os melhores que alguma vez tive.
Neste momento, sei que, apesar de tudo, posso contar com vocês. Vocês não mostram, talvez não queiram mostrar, mas eu sei que lá no fundo até gostam de mim. Eu sei que, apesar de tudo, vocês gostam da nossa amizade. Estamos sempre a discutir, a gozar uns com os outros, ou a insultar-nos, mas eu gosto disto assim. Às vezes cansa e chateia e chego a ficar triste, mas não consigo deixar de gostar de vocês. Tenho vontade de vos odiar, muitas vezes, mas nunca deixo de gostar de vocês como gosto a sério.
Vocês são a minha companhia e não há constrangimentos com nada. Falamos de tudo, conversamos sobre tudo e até sobre coisas demais. Vocês conhecem-me os cantos à casa, sabem a minha password do computador, sabem onde estão os talheres, os copos e os pratos, sabem como fazer o almoço ou o lanche para vocês no meu microondas ou forno, sabem em que gavetas está a minha roupa, já tomaram banho na minha casa de banho e até já esperaram que acabasse de tomar banho, sem que mais ninguém estivesse em casa. Não sei o que é que é suposto chamar-se a isto. Se não é (uma grande) amizade, então não sei.
Para mim é isso que temos: uma amizade gigante e se fosse preciso percorria o país ou metia-me num avião se vocês estivessem mesmo a precisar. Fazia tudo por vocês os dois. Apesar de nem há um ano termos isto eu gosto de vocês de uma maneira inexplicável. Amo-vos como se fossem meus irmãos. Gosto demais de vocês para vos conseguir dizer o quanto é que isso é. E quero que sejemos amigos para sempre. E quero que façamos parte da vida uns dos outros até sermos muito velhinhos. 

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